27.4.16

Limites...

Para que a alma não se perca
No caos das coisas insignificantes
E para que o coração não produza 
Apenas dores e arrependimentos
Para que a vida valha a pena
É preciso colocar limites
É preciso saber a hora
De dizer sim
E a hora
De dizer não
É preciso encontrar o tempo certo
E o bom senso, para
Dependendo das circunstâncias
Dizer: Até aqui eu vou
Daqui... eu não passo
_VBMello

Amor...

Para o ódio é impossível amar
Porque o amor pede 
Uma leveza de sentimentos
Afetos, ternuras e carinhos
Enfim, uma grandeza de alma
Que o ódio... Nem desconfia
_VBMello

Inspiração...

Não me inspiro em ninguém
Tudo que eu escrevo
Vem naturalmente
Dos meus momentos
De solidão com Deus
Tirem-me estes momentos de solidão
E a fonte das palavras
Morrerá e secará
Dentro de mim...
_VBMello

Amor...

Quem já caiu... sabe
Quem nunca amou
Náo sabe
Cair nos braços de quem
A gente a ama
Não é cair... É voar
_VBMello

Caráter...

Está tudo na cara
Nas marcas da pele
Mas, somente quem
Não tem medo 
De olhar nos olhos
Consegue ver... e sentir
_VBMello

26.4.16

Não julgueis, para que não sejais julgados. (Mateus 7:1)

É preciso ter prudência com todo tipo de impulso moralista. A verdade pura e simples do evangelho não tem nada a ver com os nossos impulsos e moral. O melhor mesmo, disse Jesus, é não julgar. Amar é o melhor caminho, ele disse. 

O mundo é um imenso campo semeado de trigo e joio. E o joio é muito parecido com o trigo. Deus olha e vê a diferença... Mas nós, que vemos sempre em parte, sempre de longe e muito rapidamente, confundimos facilmente um com o outro, e comentemos injustiça, quando queremos preservar um e queimar o outro... 

A história do mundo é também a história de uma tragédia. Na tentativa de arrancar o joio do meio do trigo, os moralistas do mundo, queimaram muito trigo. Movidos por uma suposta fome e sede de justiça, homens e mulheres de todas as épocas, cometeram todo tipo de injustiça e crueldade. E por falar nisso, dia e noite, o sangue derramado dos justos - confundidos com joio, tratados como joio e queimados como joio, clama diante de Deus (Apc: 6: 9:11).

O bem e o mal, são frutos da mesma árvore do conhecimento, e é fácil confundir os frutos. (Gn 2:17).
O mundo está cheio de "pessoas respeitáveis", "gente "boa", que, na tentativa de erradicar o mal do mundo (ou o mal do meio deles), seja por meio da política, da religião ou qualquer outro meio, cometem - todo dia - friamente, todo tipo de maldade e dormem com a consciência tranquila, jurando para si – e para Deus - que estão do lado certo da vida. Cegos e surdos ao evangelho de Jesus, não percebem que eles mesmos são parte (talvez a mais nociva), do mal que tanto desejam erradicar. Seria cômico, não fosse trágico...

Claro, seria muito fácil notar a diferença e erradicar o mal do nosso meio, se o mundo estivesse, por exemplo, semeado com joio e tomates. Nesse caso, a diferença seria muito nítida, até para uma criança. Mas o caso é outro e não é assim tão fácil de ser resolvido... Pois o campo é também a nossa alma e, não raro, sem que notemos, há no nosso próprio coração, florescendo lado a lado, tanto joio quanto trigo... Ou mais joio do que trigo.

Tolo! Quem é você - Deus?, para dizer se o que há na alma do seu próximo - é trigo ou joio? Qual é o seu interesse nessa separação? Qual é o seu lucro nessa caça às bruxas? A verdade é que: quem vai pelos caminhos, becos e praças do mundo, arrancando e queimado joio, joio é.
Joio é um estado do coração. E o coração de quem vai pelo mundo chamando de joio e apontando o dedo, julgando, condenando e executando todo mundo que não se parece, não se veste, nem vive como ele, em joio se transforma.

Sim, dias virão em que Deus mesmo separará o Joio do trigo... Mas até que ele venha... meu irmão, meu igual, não seja tolo, vive a sua vida sem julgar ninguém, pois com a mesma medida com que você mede e julga o seu próximo, no dia em que ele vier, você mesmo será medido e julgado... É isso. 
VBMello