8.9.14

Paixão é fome que morre quando come...















Então... De repente...Sente-se um frio na barriga...
As pernas tremem...
As precipitações se multiplicam...
A boca fala arrependimentos futuros...
A ansiedade domina o peito...
A carne embriaga-se por outra carne...
E você devora e é devorado até as últimas consequências...
É amor... É amor... - Você diz...Você jura... 

Você te certeza... É amor...
Mas o tempo passa.. E te despedaça
Então, finalmente...Você entende...
Não era amor... Oh, horror... Não era amor...
Era desespero... Era... Não sei o que...
Era o vazio querendo ser cheio...
Era a falta de sentido... 

Querendo encontrar um sentido
De qualquer maneira...
Era urgência querendo ser transcendência...
Era paixão querendo ser algo mais
Querendo ter algo mais... Sem ter nada para dar...
Só-mente de-mente... Que dá... Por dar... 

Sem nada dar.. Sem nada receber
Não! Não era amor
Era fuga... Refugo...
Não era entrega... Era refrega..
Era desejo de domínio...Era violência...
Era pressa... Era fome...
Era engano... Profano... Desengano...Devaneio
Engodo, fabulação, ficção, ilusão, imaginação, tapeação,cilada ...
Ah! Você era capaz de jurar que era amor

Mas a agora... Agora é tarde demais para saber essas coisas...
Sim... Oh, horror!... Não era amor...Aquela dor
Era carne devorando carne...
Carência... Urgência.. Demência...
Que arrependimento! Que arrependimento!

Você grita... A mesma língua que beijo e jurou amor
Agora jura vingança... Se ao menos eu tivesse desconfiado mais...
Você chora e jura nunca mais sofrer assim outra vez
Se tivesse me entregado menos... Se tivesse cobrado mais...
Ah! Era só paixão pensando ser algo mais...
Era fome... Arremedo de paixão
E paixão... Agora você pensa que sabe
Mas agora é tarde para saber essas coisas...
É fome que morre
Quando come...
VBMello.

Um comentário:

  1. Vai ver a alma também tem lá sua necessidade fisiológica, risos . Ou físio-sem lógica..
    Ou vai ver, não era amor, era outra coisa.

    Grande, poeta!

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