Para bem amar, é preciso crer. Para bem crer, é preciso amar... Porquanto, o amor e a fé fundamentam-se um no outro, até chegarem a um ponto tal, em que - dentro e fora da alma - amar e crer se torna uma coisa só.
Assim, separado da
fé - pois nos é dito que o amor tudo crê -, o amor ainda não é amor, é no
máximo uma intenção esmorecida e indecisa de amar, se tanto.
Sem fé, a intenção de amar tomba e permanece para sempre ineficaz diante da multidão de dúvidas que assaltam o ato de amar sem crer...
Assim, aquele que se
compromete a amar a Deus e ao próximo, deve ter certeza de que amar é realmente
a única escolha possível da sua vida, e isso, não se engane, exige fé.
Exige fé, porque sem
fé, todo ato de amor fica impossibilitado de transcender a multidão de dúvidas que o ato de amar sem fé, gera no coração descrente da eficácia e da suficiência
dos gestos de amor...
De modo que, em toda
e qualquer circunstância, sem o sustentáculo transcendente da fé, o amor logo
esmorece e perde a força de amar. Da mesma maneira, sem amor, a fé logo desiste
de crer.
Amor e fé – um não
pode existir sem o outro. Amor e fé –
Para que um seja possível, o outro tem necessariamente que existir. Amor e fé –
a inexistência de um, torna ineficaz o outro.
Fé sem amor, não é
fé, é fanatismo... Porque a fé verdadeira só se realiza por meio do amor. Mas,
para o fanático, todo meio é válido para atingir o seu objetivo proposto, até
mesmo o ódio, até mesmo a violência.
É só ter olhos para
ver, e ouvidos para ouvir... Em todo lugar em que o fanatismo se instala, ele
produz violência, exclusão e morte... Porque o fanático só alcança o seu ideal
de vida por meio da ação violenta, seja que tipo de violência for -
psicológica, física, ou as duas combinadas...
Porém, não é assim
com a verdadeira fé, pois esta não pode prescindir de gestos de amor para se
tornar manifesta. De modo algum, a verdadeira fé se utiliza de atos violentos
para se confirmar como fé. Ao contrário, confiantemente, ela vence o mal como
meio de atingir os seus objetivos, e se realiza por meio exclusivamente de gestos
de amor e liberdade.
Não existe qualquer
dúvida quanto a isso, amar como o evangelho nos pede para amar, só é possível
como ato de fé. Assim - que coisa maravilhosa é isso – num casamento perfeito
-, o amor só se realiza por meio de atos característicos de fé, e a fé só se
realiza por meio de atos específicos de amor... E o que passar disso é mero
fanatismo.
Deste modo, para
manter perfeita a saúde da fé - e não correr o risco de virar um fanático
enlouquecido e intratável dono da verdade-, é necessário amar sem medida.
Da mesma maneira,
para manter perfeita a saúde do amor, sem correr o risco de fazer do ato de
amar, uma doença para o corpo e para a mente, é preciso crer...
VBMello
Nenhum comentário:
Postar um comentário