O amor, longe de ser
objeto de ensino teórico, é sobremodo, objeto do exemplo. É amando que se
ensina a amar. Quem tem filhos, ou lida
com crianças sabe que, com os pequeninos, mais que palavras, o que realmente
edifica e ensina são os gestos. Existem pais que muito falam sobre o amor, mas
seus filhos crescem sem saber amar.
Tempos depois, esses mesmos pais se perguntam, como que se justificando do fiasco que se tornou a sua experiência paterna: “Onde foi que eu errei?” Errou grosseiramente na falta de exemplos. Deu tudo, menos exemplos de amor. Falou, mas não viveu sob o imperativo das palavras que falou. Falou, mas não fez. Falou de amor – se falou – mas não amou. Porquanto, amor não é palavra. Amor é gesto. Amor não é uma teoria. Amor é ação. Quem deseja inspirar amor, deve falar menos e amar mais. Porque sobre o amor, aquele que muito - apenas - fala, nada sabe... Mas aquele que sabe, porque sabe amando, uma vez que não existe outra maneira de saber sobre o amor, se não amando, esse nada fala, porque não existe necessidade de palavras onde existem gestos de amor. A prática do amor é a própria linguagem do amor. É óbvio que uma palavra amorosa pode por si mesma, perfeitamente ser um gesto de amor. Muitas palavras ditas na hora certa são preciosos gestos de amor. Mas note bem, que tais palavras-gesto-de-amor, nunca, jamais, aparecem sozinhas. Elas sempre são acompanhadas pelo brilho no olhar de quem fala, e pelo aspecto ameno, livre e agradável da face, porquanto, não são palavras divorciadas do coração, mas sim palavras cheias de amor, fé, esperança, espirito e verdade... E são de tal modo palavras agradáveis, que imediatamente geram plena confiança, ânimo e felicidade em que as ouve, o que por si só prova que não são palavras vazias, ditas por dizer, de modo que em si mesmas, elas são verdadeiros e preciosos gestos de amor. Entretanto, a palavra pela palavra, dita por dizer, porque não vem acompanhada do brilho no olhar e do semblante ameno, e é muitas vezes gritada, ou dita com energia de impaciência, não é nada, se não vazio. Que mais posso dizer, se não que: Sobre o amor tudo que se pode dizer é que ele não pode prescindir de gestos de amor. Não existe quem não compreenda e se inspire diante de um gesto genuíno de amor. Os gestos de amor são absurdamente constrangedores para o bem. São poderosos e podem mais que o ódio, mais que a força, e mais que a indiferença. Tomemos o exemplo de Jesus Cristo. Sua vida, do começo ao fim, foi feita de gestos de amor. Que é o Sermão do Monte, se não a biografia da sua vida entre os homens? Note que tudo que ele pediu aos homens para fazerem – e seu maior pedido aos homens é que eles amem uns aos outros, e jamais façam ao próximo o que não desejam que seja feito a si mesmos – enfim, tudo que ele pediu, ele mesmo fez, e deu exemplos de sobra de como fazer. Quem desejar saber como amar o próximo, que vá ao Evangelho e observe como Jesus tratava as pessoas que encontrava pelo caminho. Observe como ele tratava os párias da sociedade. Observe como ele tratava os que não têm nada para oferecer. Observe como tratava as prostitutas, os ladrões... Observe e faça o mesmo, e estará amando plenamente o seu próximo. Seu amor por todos era tão igual e sem medida, que ele acabou ganhando para si a fama de ser amigos de pecadores... Fama essa que a igreja dos nossos dias já perdeu faz tempo. Às vezes, vendo o que vejo, e ouvido o que ouço nas, e das igrejas, me pergunto se Cristo hoje, seria cristão. Às vezes, acho que hoje Cristo seria um grande problema para as igrejas atuais... Há exceções, é claro, mas no geral o culto é a Mamom – ao dinheiro -, e não a Cristo. O que se busca é acumular para si, o máximo possível dos tesouros deste mundo, e nada dos tesouros lá do alto. Vivemos dias em que a teologia da prosperidade, que entre todas as teologias é a que menos merece o nome de teologia, simula, em quase todos os corações crentes, a tentativa bizarra de se passar pelo único, verdadeiro e simples Evangelho da Graça e do Amor de Deus. E o resultado disso? Crentes incapazes de amar, se não em teoria. Crentes grandes para fora, para a aparência do mundo. Crentes que abraçam e ganham o mundo, e perdem a alma. Crentes vazios por dentro: zero de vida interior e verdadeira espiritualidade. Crentes de orações decoradas e culto ritualizado. Mas voltemos ao tema do amor, cujo nosso exemplo maior é Jesus Cristo. Em sua vida-rica-de-gestos-de-amor ele nos deu abundantes exemplos de ensino sobre o modo correto de amar. Porquanto, foi nos amando que ele nos ensinou o modo correto de amar. Amou-nos até a morte, e morte de cruz. Assim, nos é dito por seu gesto-exemplo-de-amor, que a gente somente ama de verdade quando ama amando, e não quando ama, ou anda, falando de amor. Sua morte de cruz nos ensina que nosso amor muitas vezes nos levará à cruz. Uma vez que, quem ama de verdade, ama até as últimas consequências. Enfim... Constrangido pelo amor de Cristo (2 Cor. 5:14) Paulo escreveu um dos mais belos poemas sobre a arte de amar por meio de gesto de amor. Ele, inspirado na vida de Cristo, de quem ele era confesso imitador, diz: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria...”. (1 Cor. 13:1-3) - Fica, portanto, dito: Amor é gesto!
Tempos depois, esses mesmos pais se perguntam, como que se justificando do fiasco que se tornou a sua experiência paterna: “Onde foi que eu errei?” Errou grosseiramente na falta de exemplos. Deu tudo, menos exemplos de amor. Falou, mas não viveu sob o imperativo das palavras que falou. Falou, mas não fez. Falou de amor – se falou – mas não amou. Porquanto, amor não é palavra. Amor é gesto. Amor não é uma teoria. Amor é ação. Quem deseja inspirar amor, deve falar menos e amar mais. Porque sobre o amor, aquele que muito - apenas - fala, nada sabe... Mas aquele que sabe, porque sabe amando, uma vez que não existe outra maneira de saber sobre o amor, se não amando, esse nada fala, porque não existe necessidade de palavras onde existem gestos de amor. A prática do amor é a própria linguagem do amor. É óbvio que uma palavra amorosa pode por si mesma, perfeitamente ser um gesto de amor. Muitas palavras ditas na hora certa são preciosos gestos de amor. Mas note bem, que tais palavras-gesto-de-amor, nunca, jamais, aparecem sozinhas. Elas sempre são acompanhadas pelo brilho no olhar de quem fala, e pelo aspecto ameno, livre e agradável da face, porquanto, não são palavras divorciadas do coração, mas sim palavras cheias de amor, fé, esperança, espirito e verdade... E são de tal modo palavras agradáveis, que imediatamente geram plena confiança, ânimo e felicidade em que as ouve, o que por si só prova que não são palavras vazias, ditas por dizer, de modo que em si mesmas, elas são verdadeiros e preciosos gestos de amor. Entretanto, a palavra pela palavra, dita por dizer, porque não vem acompanhada do brilho no olhar e do semblante ameno, e é muitas vezes gritada, ou dita com energia de impaciência, não é nada, se não vazio. Que mais posso dizer, se não que: Sobre o amor tudo que se pode dizer é que ele não pode prescindir de gestos de amor. Não existe quem não compreenda e se inspire diante de um gesto genuíno de amor. Os gestos de amor são absurdamente constrangedores para o bem. São poderosos e podem mais que o ódio, mais que a força, e mais que a indiferença. Tomemos o exemplo de Jesus Cristo. Sua vida, do começo ao fim, foi feita de gestos de amor. Que é o Sermão do Monte, se não a biografia da sua vida entre os homens? Note que tudo que ele pediu aos homens para fazerem – e seu maior pedido aos homens é que eles amem uns aos outros, e jamais façam ao próximo o que não desejam que seja feito a si mesmos – enfim, tudo que ele pediu, ele mesmo fez, e deu exemplos de sobra de como fazer. Quem desejar saber como amar o próximo, que vá ao Evangelho e observe como Jesus tratava as pessoas que encontrava pelo caminho. Observe como ele tratava os párias da sociedade. Observe como ele tratava os que não têm nada para oferecer. Observe como tratava as prostitutas, os ladrões... Observe e faça o mesmo, e estará amando plenamente o seu próximo. Seu amor por todos era tão igual e sem medida, que ele acabou ganhando para si a fama de ser amigos de pecadores... Fama essa que a igreja dos nossos dias já perdeu faz tempo. Às vezes, vendo o que vejo, e ouvido o que ouço nas, e das igrejas, me pergunto se Cristo hoje, seria cristão. Às vezes, acho que hoje Cristo seria um grande problema para as igrejas atuais... Há exceções, é claro, mas no geral o culto é a Mamom – ao dinheiro -, e não a Cristo. O que se busca é acumular para si, o máximo possível dos tesouros deste mundo, e nada dos tesouros lá do alto. Vivemos dias em que a teologia da prosperidade, que entre todas as teologias é a que menos merece o nome de teologia, simula, em quase todos os corações crentes, a tentativa bizarra de se passar pelo único, verdadeiro e simples Evangelho da Graça e do Amor de Deus. E o resultado disso? Crentes incapazes de amar, se não em teoria. Crentes grandes para fora, para a aparência do mundo. Crentes que abraçam e ganham o mundo, e perdem a alma. Crentes vazios por dentro: zero de vida interior e verdadeira espiritualidade. Crentes de orações decoradas e culto ritualizado. Mas voltemos ao tema do amor, cujo nosso exemplo maior é Jesus Cristo. Em sua vida-rica-de-gestos-de-amor ele nos deu abundantes exemplos de ensino sobre o modo correto de amar. Porquanto, foi nos amando que ele nos ensinou o modo correto de amar. Amou-nos até a morte, e morte de cruz. Assim, nos é dito por seu gesto-exemplo-de-amor, que a gente somente ama de verdade quando ama amando, e não quando ama, ou anda, falando de amor. Sua morte de cruz nos ensina que nosso amor muitas vezes nos levará à cruz. Uma vez que, quem ama de verdade, ama até as últimas consequências. Enfim... Constrangido pelo amor de Cristo (2 Cor. 5:14) Paulo escreveu um dos mais belos poemas sobre a arte de amar por meio de gesto de amor. Ele, inspirado na vida de Cristo, de quem ele era confesso imitador, diz: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria...”. (1 Cor. 13:1-3) - Fica, portanto, dito: Amor é gesto!
VBMello
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