A proposta do
Evangelho é muito simples... E, no entanto, impossível para qualquer pessoa
que, confiando na sua própria justiça, busque alcançá-la pelos seus próprios méritos
e força, porquanto é uma proposta de fé, esperança e amor, que transcende em
muito a capacidade humana para realizá-la à sua própria maneira. E – nisso está
o mistério da graça de Deus – em que, o que é impossível para o homem, seja
perfeitamente possível para Deus. De modo que, a proposta do Evangelho - pela
graça de Deus, e somente pela graça de Deus, sem a necessidade de qualquer
barganha com Deus, uma vez que, toda tentativa de barganhar com Deus, é uma
ofensa desavergonhada ao mistério da cruz -, torna-se uma proposta muito possível,
simples, e fácil de alcançar, para toda
pessoa que, abrindo mão da sua justiça própria e da força do seu braço, num espírito quebrantado pela humildade e pela paz, crê e confia incondicionalmente na justiça e no amor de Deus...
pessoa que, abrindo mão da sua justiça própria e da força do seu braço, num espírito quebrantado pela humildade e pela paz, crê e confia incondicionalmente na justiça e no amor de Deus...
Neste, isto é, na
vida da pessoa que assim crê, a proposta do Evangelho se realiza de modo
maravilhoso e incrível. E a proposta é esta: Que a pessoa possa viver uma vida
livre, sem que jamais - para ser o que nasceu para ser -, tenha que recorrer ao
ódio, mentira, inveja, calunia e hipocrisia... E que a individualidade da
pessoa - o seu bem mais caro - não seja construída sobre valores escusos e perversos,
dos quais não se pode falar em plena luz do dia... E que a pessoa assim bem
disposta à proposta do Evangelho, para ser reconhecida pelos seus iguais como
pessoa de espirito, verdade e amor, jamais, em hipótese alguma, tenha que fazer
da sua pretensa espiritualidade, um circo, ou um bizarro motivo de
exibicionismo... E que qualquer ajuda prestada a quem quer que seja, seja feita
em silêncio, sem jamais chamar a atenção para si mesmo, pois ao que crê não
importa crescer perante o admirado olhar humano, mas sim diminuir, uma vez que o Evangelho não é uma proposta
de competição e ranking de espiritualidade... E que a vida pessoal com Deus
seja discreta, sem exibicionismos de exercícios espirituais... E que a espiritualidade
seja manifestada no trato sensível e sutil com as coisas, animais, plantas e
pessoas deste mundo, pois não existe para nós outro mundo onde a nossa fé,
esperança e amor possam ser compartilhados com quem deles tenha alguma
necessidade... E que a fé, a esperança, e o amor, jamais sejam motivos de troca
e lucro... E que os nossos inimigos e devedores sejam perdoado sem esperar que
eles nos queiram bem por isso... E, sobretudo, que atos de pretensa bondade e
santidade, jamais sejam usados para mascarar o abismo e a escuridão que habitam
o nosso coração, uma vez que, sem exceção, de um modo ou de outro,
publicamente, ou em secreto, somos aquilo que somos em nosso coração. Porque
assim como o homem pensa e imagina em seu coração, ele é, e a hipocrisia não
pode mudar isso, uma vez que o homem não apenas fala, vê, e ouve segundo o seu
coração, mas sim que, em todas as dimensões da sua existência, ele vive segundo
o seu coração. Enfim... A proposta do Evangelho é que a pessoa viva uma vida da
qual não tenha nada do que se envergonhar quando se olhar no espelho, ou quando
olhar em outros olhos mais puros que os dela. Portanto, a proposta do
Evangelho, é que o coração e o olhar sejam puros e sem motivos de vergonha –
como o olhar de uma criança -, pois delas é o Reino dos Céus; e que a consciência
e o coração sejam livres, e o sorriso - e o abraço - também...
VBMello
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